Admirável Blog Novo
Seria trágico se não fosse crônica.
12.3.16
Tabuleiro da vida
Na sala de jogos, com o candelabro, sou aquela que só cai na cadeia, acerta os próprios navios e paga o maior aluguel.
26.2.16
23.2.16
Kit de emergência
Quando o choque virou raiva, a raiva virou euforia e a euforia virou dor, durante aquele choro profundo, da alma, tudo no que ela conseguia pensar era no Charge que tinha comprado no dia anterior e que ainda estava intacto, dentro da sacola...
Pegou a embalagem e leu: MAIS AMENDOIM E CARAMELO. MAIS MACIO.
Pensou: Obrigada, Charge! Abriu a embalagem, deu a-que-la mordida e sentiu um negócio seco. Lembrou do mais macio que na verdade era seco.
Pensou: PORRA, CHARGE!
Lembrou de que na verdade queria comprar um SNICKERS, mas no posto não tinha e ela, atordoada, não conseguia lembrar o nome.
Pensou: PORRA, POSTO!
Sentiu novamente o gosto seco que ainda estava em sua boca e vislumbrou um POLENGUINHO solitário, dentro da sacola.
Lembrou de todo o sódio e conservantes que devem ter nesse queijinho e pensou: FODA-SE O SÓDIO.
Pegou a embalagem e leu: MAIS AMENDOIM E CARAMELO. MAIS MACIO.
Pensou: Obrigada, Charge! Abriu a embalagem, deu a-que-la mordida e sentiu um negócio seco. Lembrou do mais macio que na verdade era seco.
Pensou: PORRA, CHARGE!
Lembrou de que na verdade queria comprar um SNICKERS, mas no posto não tinha e ela, atordoada, não conseguia lembrar o nome.
Pensou: PORRA, POSTO!
Sentiu novamente o gosto seco que ainda estava em sua boca e vislumbrou um POLENGUINHO solitário, dentro da sacola.
Lembrou de todo o sódio e conservantes que devem ter nesse queijinho e pensou: FODA-SE O SÓDIO.
14.11.12
Memórias
Quando eu era criança, dos 4 ou 5 anos até, sei lá, uns 8 ou 9, eu tinha com uma certa frequencia uma sensação estranha na pele (também poderia ser muscular, talvez) que eu nomeei de sensação de algodão doce.
Não era doce nem nada, nem rosa, mas era uma coisa parecida com o que eu imaginava passar o açúcar para virar algodão doce. Aquela expansão com o ar, tipo sufflair. Era assim a sensação na minha perna. E eu fiz essa comparação quando eu tinha uns 5 anos! Era espertinha.
Mas foi uma coisa que passou e que eu tinha escondido entre as minhas memórias esquecidas. Até que um dia, 20 e poucos anos, senti novamente. Uma única vez, nunca mais se repetiu. Não me deu uma sensação estranha, como quando eu era pequena, mas de nostalgia.
Tenho outras histórias de infância, das quais lembro de tempos em tempos e me pego rindo. Como aquela da pinta enorme que surgiu no meu pé quando eu era pequena, perto do calcanhar. Cheguei a ficar preocupada, até que um dia saiu no banho.
Não era doce nem nada, nem rosa, mas era uma coisa parecida com o que eu imaginava passar o açúcar para virar algodão doce. Aquela expansão com o ar, tipo sufflair. Era assim a sensação na minha perna. E eu fiz essa comparação quando eu tinha uns 5 anos! Era espertinha.
Mas foi uma coisa que passou e que eu tinha escondido entre as minhas memórias esquecidas. Até que um dia, 20 e poucos anos, senti novamente. Uma única vez, nunca mais se repetiu. Não me deu uma sensação estranha, como quando eu era pequena, mas de nostalgia.
Tenho outras histórias de infância, das quais lembro de tempos em tempos e me pego rindo. Como aquela da pinta enorme que surgiu no meu pé quando eu era pequena, perto do calcanhar. Cheguei a ficar preocupada, até que um dia saiu no banho.
20.12.11
Conversa comum
Toxina butolínica não causa dor, é mais como uma agonia. O teu coração começa a ficar acelerado, e daí você para de respirar. Mas ainda está vendo tudo. Até que você perde a visão, mas continua consciente. Só não sente dor. É tipo Björk. Não é como o Angra. Com o Angra você sente dor. Dói o ouvido. Björk é mais uma agonia. - como a morte.
2.8.11
Esse negócio de vida e morte mexe muito comigo. Tem sido um assunto frequente nos últimos anos, e, poucas sessões de terapia depois, percebo-me refletindo sobre a vida e a morte, tentando chegar a alguma conclusão (ou uma idéia sequer).
Eu sou do tipo meio paranóica, se olhada por um certo ponto de vista. Por exemplo, quando eu era adolescente e morava numa casa (no sentido de não ser apartamento), eu simulava rotas de fuga caso algum invasor chegasse. Coisas tipo "descer primeiro e pegar os cachorros". Hoje tenho, por analogia, os mesmos pensamentos em relação à vida e à morte. Como agir em determinada situação hipotética, do dia a dia ou em caso de uma morte iminente.
Ontem me perguntaram se eu mataria alguém (estávamos assistindo a um desses documentários sobre violência). Eu respondi que sim, mas somente em situação de risco de vida.
Mas em uma situação de morte certa, quando não há esperança ou cura, quero que termine rápido.
Algumas pessoas sofrem demais. Eu acho que não tenho elevação espiritual suficiente para ter esperança em uma situação de extrema dor e nenhum tratamento.
Sei la, vai ver é esse inferno astral.
24.5.11
Quem mexeu no meu DVD (do Nando Reis)?
Foi o Piter, há alguns anos, e até hoje não me devolveu, assim como não devolveu o meu álbum de fotos do Fórum Social Mundial de 2001 - "emprestado" desde 2001.
O Piter faz parte de um grupo de amigos muito peculiar do qual faço parte. Hoje, pelo que fiquei sabendo, esse grupo está maior, repleto de pessoas que eu não conheço ou não suporto. As coisas mudam muito com o tempo, independentemente da força que fazemos para que isso não aconteça.
Então este grupo finalmente se reunirá anos após a formatura - da maior parte dos integrantes - e tempos depois da última reunião completa. Junto com a formação original, além dos novos integrantes que citei anteriormente, estão os agregados: namorados, maridos, ficantes, peguets. a avó da aniversariante (o evento será o aniversário de uma das integrantes originais - parabéns, Tahyana! - que, por acaso, nasceu no mesmo dia que o Chico)...
Toda a conversa sobre a reunião começou por e-mail, e o que era uma celebração do reencontro, hoje acabou com uma troca de farpas, agressões, defesas (de si mesmos, dos outros), acusações. Cabe explicar que é um grupo bem fechado que, como diz a Thais, costuma utilizar qualquer detalhe que saiba da sua vida, seja ele bom ou ruim, como argumento para uma eventual discussão. Qualquer coisa que você tenha feito ou falado a qualquer momento pode vir à tona, e nisso incluem-se os amores passados, as falhas de caráter, as dificuldades por que cada um já passou. Nós vivemos numa simbiose em que cada um se beneficia do outro sem nenhum escrúpulo. Às vezes alguém se chateia, outro exagera, um para de falar com o outro, se afasta, briga, mas no fim a gente acaba agindo como se ainda estivesse na faculdade, sem brigas, sem dinheiro e com muito álcool na cabeça.
É um grupo formado por renegados que ainda não haviam encontrado seu lugar no mundo, e que de repente se acharam no ambiente acadêmico (por acadêmico entenda-se qualquer coisa). Pessoas de esquerda, em geral, com diferentes - e ainda assim muito similares - modos de encarar a vida, com vontade de aproveitar ao máximo toda e qualquer experiência que se apresentasse. Ainda que sem muito dinheiro para comer ou sair, saímos, viajamos e construímos uma história de cumplicidade, medo e saudade. Fizemos festas internacionais em Porto Alegre, quando combinamos de retornar no ano seguinte, o que nunca aconteceu.
Passamos alguns anos relembrando todas as histórias cada vez que nos encontrávamos. Vivíamos no passado, que era mais interessante e presente que qualquer coisa que podíamos esperar do nosso futuro. Quase ninguém ali tinha um futuro. As coisas foram acontecendo e acabamos com filhos não planejados, casados, empregados, presos ao sistema (em sua maioria), e acabamos formando outros grupos de amigos tão diferentes deste, que muitas vezes nos perguntamos por que somos tão amigos. Acho que uma explicação possível é que todo mundo ali sabe algum podre do outro. É mais seguro ser amigo. hehehe
Brincadeiras à parte, é mesmo seguro participar de um grupo tão heterogêneo. Traz uma segurança saber de onde viemos, lembrar de quem fomos e quem somos hoje. Já participamos de muita festa juntos, temos histórias inacreditáveis e outras inenarráveis. Provavelmente a maioria não poderá ser contada às próximas gerações, pelo menos não em tom de repreensão e lição de vida. Se os pais tendem a proteger os filhos dos erros que já cometeram, os nossos provavelmente viverão em monastérios. E estaremos todos nós, pais, do lado de fora, bebendo em comemoração à vida de entrega dos nossos filhos.
Que venha o reencontro!
2.4.11
Madrugada de sábado
13 horas da madrugada de sábado e eu acordo com o interfone. No começo achei que fosse o telefone e resolvi não atender, até que reparei que era o barulho do interfone mesmo.
O sono era ainda gostoso, aquela vontade de não levantar... e o interfone parou. Por alguns segundos tive aquela sensação gostosa do silêncio e imaginei que pudesse continuar dormindo, até que começou novamente.
Levantei num pulo, meio atordoada, troquei de calça, dei uma guaribada no cabelo - como se isso fosse possível - e corri pra sala. O interfone tocava e o telefone também. Corri para o interfone, abri o portão e o telefone, que havia parado assim que atendi o interfone, voltou a tocar.
Era do Panamericano, oferecendo cartões de crédito.
É incrível a habilidade que essas pessoas desenvolvem, começam a falar aquele texto decorado (ou lido) e sequer te dão tempo de responder ou tentar interromper. Elas simplesmente não respiram! Só falam, falam e falam.
Consegui finalmente interromper a moça que falava e expliquei, sem orgulho algum, que eu já sou empregada de banco, que não pago anuidade pro meu banco e que não pagaria pra outro banco, e que já tenho o cartão que ela está me oferecendo.
Ela respondeu que não tinha entendido o que eu havia falado.
Vou me defender dizendo que eu tinha acabado de levantar, e, como diz o Érico, não dá pra chegar perto de mim quando eu levanto porque eu não gosto de acordar. Além disso, na minha cabeça todas as palavras foram ditas com todas as letras. Talvez eu só tenha esquecido de pronunciá-las.
Respirei fundo numa tentativa de acordar um pouco mais e repeti, desta vez com a boca, que eu já era empregada de banco, que já tinha o cartão e que não pagava anuidade.
- Mas a senhora não tem interesse em desfrutar...
- Não, não tenho interesse.
- Mas a senhora não tem intere...
- Não tenho interesse.
E assim desligamos o telefone. É bom mesmo não tentar contato quando eu acordo.
Enquanto desligava fui até a porta, que as duas do interfone estavam esperando.
Entraram, fomos até a mesa, baixei o volume da tv que o meu sogro assistia e começou a sabatina.
Uma hora e vinte minutos que não recuperarei mais.
Fora o fato de eu ainda estar sonolenta e esquecer algumas vezes de pronunciar as palavras, e de outras vezes desligar um pouco enquanto elas falavam, foi uma hora e vinte minutos de papo de vendedor.
Vou explicar: era um curso pra aprimorar a leitura para o qual eu fui "indicada" (êêê!). Ao final do curso você consegue, segundo me foi dito, ler e assimilar mais de 2 mil palavras em não sei quantos segundos. Como se pode notar, eu não prestei muita atenção. Só queria dar as respostas certas para que aquilo acabasse o quanto antes.
Eu já mencionei que foi uma hora e vinte minutos?
O curso até que não parecia ruim, mas realmente acabou pra mim quando a guria falou "eu estou tentado te ajudar, mas pelo jeito você não quer que eu te ajude", quando eu disse que não fecharia o curso ali, naquele exato momento, que era o que elas queriam.
O gran finale veio quando ela ligou para a superior dela pedindo autorização para me oferecer o super desconto no curso - que obviamente eu poderia pagar, já que com esse desconto até estagiários conseguiam fazer o curso. "Estagiários não fazem reforma no apartamento" foi a minha resposta, justificando novamente por que a minha renda estava comprometida.
Enfim, ela ligou para a sua superiora e começou a conversa com um "Boa tarde Senhora" - isso com a superiora dela. "Estou aqui com a fulana oferecendo o nosso método, mas ela está com uma certa dificuldade financeira e não pode arcar com o custo atual. Senhora, eu gostaria de permissão para oferecer o nosso desconto especial para alunos da ..." - que não era o meu caso.
Primeiro, eu não falei que estava em dificuldade financeira. Talvez ela tenha deduzido isso por conta própria, mas não foi de mim que ela obteve essa informação. Segundo, Senhora? Quem é que chama o seu supervisor de Senhora, e somente Senhora?
Entendo que a Senhora não seja uma vendedora de rua, que não está acessível, mas se ela chamasse a fulana pelo nome, como Carla, ou, sei lá, Silvana, por acaso eu teria como adivinhar que Carla ou Silvana era essa Senhora exatamente?
"Boa tarde, Carla, eu estou aqui com a ..."
"Ah, então é a Carla que autoriza o desconto? A Carla? Já sei quem é! Se fodeu, Carla!"
Uma hora e vinte minutos depois, mesmo com a autorização da Senhora para me dar o desconto especial, não fechei. Elas foram embora sorridentes e eu fiquei com a dor de cabeça.
Acordei o Érico e contei o meu drama.
- Não fale assim, coitadas das vendedoras. Eu sei como é, já fui vendedor de Barsa.
- Você foi vendedor de Barsa por 5 minutos e elas ficaram aqui em casa mais de 1 hora! No telefone falaram que não demorava mais que 20 minutos...
- Que 5 minutos? Eu vendi Barsa por duas semanas!
- E quantas Barsas você vendeu?
- Nenhuma.
- Então você não vendeu Barsa por duas semanas, né?
Eu deveria ter seguido o conselho do Érico e dito que minha religião não permite. Imagine se o pastor descobrir que eu consigo ler mais em menos tempo! Posso ser expulsa da igreja! É pecado!
Mas o problema foi que eu fiquei sem reação ao telefone e não soube dizer não. Acabei com duas vendedoras na madrugada de sábado na minha casa. E no final não soube dizer não novamente porque acabei indicando a Thais para o curso. Não foi sacanagem, tipo pai que coloca o mesmo nome horrível no filho só pra ele sofrer o mesmo na escola e em toda a vida por ter aquele nome, foi a pressão. Só indiquei porque sei que a Thais perdeu o carregador de bateria do celular. Espero que não ache porque ela é ainda pior que eu em matéria de dizer não.
22.3.11
Hoje estou estressada e com uma súbita dor no pescoço. É bem possível que seja por usar este computador.
Estou estressada por causa do trabalho, do meu chefe que não me deixou desfazer um negócio que eu fiz por engano para tentar consertar um problema por um outro negócio que eu fiz por engano. Vai dar cagada!
Nem tanto pelo problema, que a lei está do meu lado, mas pelos egos. Os egos vão se digladiar!
E ainda saí no "lucro" porque descobri que se escreve "di"gladiar, e não "de"gladiar, como sempre me pareceu. Tenho que confessar que foi um pouco frustrante porque o som sempre me pareceu o contrário, e era bem melhor na minha cabeça. A palavra foi rebaixada no meu conceito. Ainda tenho que achar a minha "defenestrar".
Voltando ao dia, ficamos um tempo no outro quarto pensando o que faríamos quando o Érico ganhasse um campeonato de pôquer que ele pretende disputar. Muitos planos. Dia produtivo.
Enquanto isso tento me desligar da antecipação do stress todo de amanhã, da dor no pescoço, quando acabo de lembrar das roupas lindas que comprei. Por necessidade, mas ainda com elegância. Decadence avec elegance.
No final fica a sabedoria milenar do meu sogro "Se você precisou comprar roupas novas porque as tuas estavam velhas, é porque você está velha. E se você conseguiu comprar as roupas, é porque você tem dinheiro."
26.8.10
Eu odeio jogar contra amadores
Pôquer é um jogo intelectual. Sem discussão.
Jogar pôquer é observar e analisar o adversário. É prever movimentos e fazer com que todos acreditem que você tem exatamente aquilo que você quer que eles acreditem. Também é um jogo de atenção, não só nas vezes em que você está pagando, mas principalmente naquelas em que você só observa.
Você tem que saber jogar de acordo com a posição, porque também dela vem o valor das cartas.
E isso tudo e mais um pouco se resume em uma única e básica idéia: saber quando jogar, quanto apostar e quando passar.
Obviamente esse princípio vale pra qualquer um que saiba o que está fazendo. E é por isso que odeio jogar contra amadores. Acaba com a arte.
5.11.09
Concurso cultural
O Érico é uma pessoa muito interessante de se conviver, como eu já relatei várias vezes. Tem idéias que vão desde a criação de "tangríados" em casa (não me perguntem exatamente o que é. Só sei que é o ser mais resistente da terra) até a construção de um abrigo nuclear, com direito a complexos desenhos feitos no Paint. Ultimamente ele tem procurado tangríados em troncos de árvores nas proximidades da nossa casa. Isso tudo sem falar de outras idéias sobre religiões e técnicas de dominação mundial que, para o meu próprio bem, não revelarei.
Enfim, hoje entrei num site sobre nomes, seus significados e origens.
Erico: Significa senhor absoluto e indica uma pessoa caridosa, embora cheia de ambição e de vontade de exercer domínio sobre os outros. Por isso, às vezes é visto como calculista. Mas no fundo é sensível e tem vocação para as artes.
Não preciso nem descrever a minha crise de riso. Só faltou a foto ao lado do nome.
Procuramos pelo nome da sua mãe e também da minha (que estou impedida de nomear pelo próprio Érico, que de agora em diante continuarei chamando de Érico para não revelar demais - conselho que recebi). Combinava muito com a personalidade delas. Como uma luva.
- E o teu nome, o que significa?
Falei que não era nada de mais, que não combinava em nada. Tive que ler. Concordamos meia boca com a parte sobre Marte.
Marcela: Feminino de Marcelo. Ela está sempre fazendo várias coisas ao mesmo tempo sem se perder. Versatilidade é o que não lhe falta e gosta de uma vida social bastante intensa. Do latim "proveniente de Marte".
Não sou a primeira dama do Japão, consigo me perder por meses até conhecer um local e adoro ficar em casa. Tirando o fato de ser realmente o feminino de Marcelo não sobrava mais nada. Vai ver essa é a fonte de todos os meus problemas. Quem sabe eu tenha alma de Joana ou de Helena presa neste corpo até então denominado Marcela!
Aceito sugestões. Quem conseguir desvendar o meu verdadeiro nome ganhará uma recompensa (divina, é claro).
18.7.09
O segundo
Continuando a série traumas, lembrei recentemente do que seria, pelo menos dentre os que me lembro, o segundo trauma da minha vida.
Quando eu era pequena lá em Ponta Grossa, e estava, acredito eu, entre a segunda e a quarta série, aconteceu.
No colégio onde eu estudava existiam os jogos internos, só para alunos. Bem, eu ganhei alguma coisa, ou pelo menos fiquei em terceiro lugar, porque me lembro de estar em alguma espécie de palco recebendo a medalha.
Imaginem uma pessoa que sempre teve um cabeção. Sempre foi grande, meio desproporcional ao resto do corpo. E, na época, eu tinha um cabelão gigante. Sempre tive muito cabelo. Hoje em dia está curto, mas na época estava na metade das costas, inteiro.
Agora limpem a sua mente e imaginem um cabeção com um cabelão.
Quando foi a minha vez de receber a medalha, o professor, acho eu, que estava colocando a medalha em cada um, tentou fazer passar uma pela minha cabeça. Forçou um pouco, fez cara de sem graça e foi procurar uma com a corrente maior.
Todos riram, obviamente, e eu fiquei morrendo de vergonha, e ainda sentindo o peso do cabeção.
Na última sexta aconteceu algo que me fez repensar sobre como encaro esse "problema". Tem a ver com a superioridade feminina, a nossa habilidade de fazer mil coisas ao mesmo tempo, o fato de sermos capazes de qualquer coisa, blá, blá, blá...
É a maneira como estou encarando os fatos agora.
9.7.09
O primeiro trauma
Eu tive um futuro promissor.
É o nome de uma comunidade do orkut. Recentemente fiz uma limpa geral e mantive apenas algumas poucas comunidades. Um dia me deparei com essa comunidade e não tive como não entrar. É, se é que isso existe, uma frase que me resume como pessoa.
Tudo começou com o primeiro trauma da minha vida.
Quando eu era pequena lá em Ponta Grossa e estava no jardim de infância, eu era muito bobinha. Demais. De verdade.
Eu e minhas coleguinhas sempre fugíamos da sala de aula. O detalhe é que íamos, toda vez, para o mesmo lugar. Era debaixo da mesa de uma diretora que adorávamos. E o que acontecia? Obviamente, quando percebiam a nossa falta, iam direto à mesa da diretora. E éramos pegas TODAS AS VEZES.
Eu não acho que escolas com jardim de infância pudessem ser tão cruéis no castigo! Aquele castigo moldou a minha personalidade. Foi o início do sarcasmo e daquela raivazinha que sinto de tempo em tempo, que reveza entre uma coisa e outra, ou alguém...
Eles nos deixavam horas e horas no berçário. Dentro dos berços.
Aquilo fez com que eu virasse essa pessoa amarga, cruel e sarcástica que sou hoje. Alguém que não tem limites nas palavras, beirando a maldade.
Pensando bem, não foi tão mal assim.
26.6.09
História com fim
Eu não me considero uma pessoa consumista. Não porque eu não admita algum vício secreto, mas porque realmente não sou. Não gosto muito de shoppings, cheios de pessoas se amontoando, mal educadas... E sim, sou anti-social - no bom e velho português que conheço.
Ocasionalmente, enfatizando que é ocasionalmente, eu me empolgo com algumas coisas. Adoro utensílios domésticos e eletrônicos. Quando compro algum acabo entusiasmada num certo grau elevado. Chego em casa e leio todos os manuais! Adoro ler manuais!
Bom, de um tempo pra cá tenho desenvolvido um gosto por calçados.
Sinceramente não sei que milagre magnífico a indústria de calçados alcançou, mas conseguiram me conquistar. Estou apaixonada por sapatos! E agora tenho preferido alguns de salto. São tão confortáveis!! Tão diferentes dos que eu lembrava...
Resumindo: comprei 2 pares hoje. E um deles é tão lindo, mas tão lindo, tão tão tão lindo, que fico orgulhosa de mim mesma por tê-lo comprado.
Tão, tão lindo que já mostrei e provei umas três ou quatro vezes para o Érico admirar. E ele, sempre sarcástico comenta: Realmente é perfeito. Muito bonito mesmo. Sim, concordo, é maravilhoso.
- Não é mesmo?
Eu concordei na hora e ainda disse que o usaria para trabalhar na segunda. Se bem que agora, pensando melhor, não sei não. Provavelmente meus pés congelarão se o tempo não mudar.
Ele então sugeriu que eu não usasse o sapato, mas que mandasse emoldurá-lo e pendurasse em alguma parede de enfeite, porque o sapato é realmente maravilhoso.
Quando aconteceu eu achei interessante para escrever no blog. Fui escrevendo, lembrando, e finalmente terminei. Comecei a reler para achar evenuais probleminhas, fui lendo, lendo, e não achei nem um pouco interessante. Como perdi uns 10 minutos da minha vida escrevendo, que não tenho mais como recuperar, e tenho vergonha de colocar o fim - é realmente sem graça - vou publicar assim mesmo. De bônus, o calçado.
FIM.
13.6.09
Aprendendo a incentivar
Estávamos conversando enquanto jogávamos pôquer online e discutíamos para que lado a nossa caminhada iria logo mais.
E então surgiu o assunto "parar de fumar".
Ele me perguntou: Você acha que vai conseguir parar de fumar sem tomar nenhum remédio?
Eu respondi que achava que sim. Vou tentar parar de vez. Acho que consigo.
Ele pensou, pensou, e disse: É... eu acho que não consigo parar de uma vez só.
Sabem aqueles momentos em que a verdade absoluta vem à tona? Todo mundo sabe a resposta. É óbvia! Está estampada bem ali! Mas, como toda verdade absoluta, nunca deve ser pronunciada.
E eu? Pronunciei!
- É, eu também acho! Você não consegue mesmo!
Ele é do tipo que, se fica sem cigarro à meia-noite, sai no frio ou na chuva para comprar uma carteira! Eu fico sem fumar por bons tempos. Fico semanas, às vezes, fumando só alguns poucos cigarros. Ele não consegue. Mas ainda que a verdade estivesse ao meu lado, fiquei com remorso depois de ver a reação dele.
- Poxa, em vez de me incentivar falando "Você é forte, é claro que consegue!", fica sendo negativa. Eu não disse que você era negativa?
Comecei a rir. Um pouco de nervosismo, um pouco pela situação. Era verdade, oras!
Acho que esse é o dilema de toda companheira. A mentira para fazer o outro feliz. A negação total da situação! É como fingir não ver estampada a "verdade absoluta"!
Para que lado eu iria? Deveria considerar a tradição e mentir pelo outro? Ou revelar, enfim, a verdade absoluta?
Respondi:
- Desculpa. Parece horrível o que falei. Só que eu só falei a verdade...
- Viu? Eu não disse? Não acredito que você fez DE NOVO!
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