Lembro de quando eu era crian�a.
As P�scoas da minha inf�ncia sempre foram muito agitadas. Fam�lia inteira reunida, troca de presentes...
A P�scoa n�o adquiria nenhum sentido b�blico/cat�lico. Era (e ainda �) um mero feriado sustentado pelas ind�strias de chocolates.
Ent�o, numa P�scoa entre o final dos anos oitenta e o in�cio dos anos noventa, descobri a verdade cruel: o coelhinho da P�scoa n�o existe.
"O coelhinho n�o existe, mas o Papai Noel, claro, existe!" - era a verdade que insist�amos em sustentar. E trat�vamos o assunto como segredo de estado. Passei a me sentir fazendo parte da elite da fam�lia por saber desse segredo. Os primos mais novos n�o sabiam, e sequer desconfiavam dessa trama maligna. Mas eu n�o! Era praticamente uma adulta e me sentia guardi� de um segredo sagrado.
Mas, enfim, nunca fui muito tolerante e frequentemente me irritava com meus primos mais novos. N�o tinha o costume de bater em ningu�m (ainda mais porque sempre fui banana e acabaria apanhando) mas passei a me vingar deles de uma forma cruel. Sem d� nem piedade.
"Voc� sabia que o coelhinho da P�scoa n�o existe?" era o que bastava para eu me sentir vingada, ainda mais quando sa�am chorando. Destru� muitas inf�ncias. Como eu adorava aquilo!
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