3.5.04

Auto-escola, auto-ajuda

Hoje comecei a auto-escola. Sim, já estou numa certa idade avançada e me sinto meio deslocada na turma (cuja média de idade - cronológica e mental - é inferior à minha).
Cheguei atrasada, depois de ter andado inúmeras quadras sob chuva, sem saber se estava indo pro lado certo, e sem ter a m�nima idéia de onde era o tal prédio.
Entrei na sala (com a aula já em andamento), e resolvi não sentar na cadeira que estava logo ao lado da porta de entrada (erro grave!). Sentei mais à frente, perto do professor.
Foi quando iniciou a sessão tortura. Além de se confundir com uma aula de auto-ajuda e consciência política medíocre, o professor tem a incrível habilidade de despertar um sono profundo em qualquer um que tenha a mínima noção de tempo disperdiçado.
Ele tem uma certa necessidade de auto-afirmação. A cada frase (de impacto) dita, olha pra turma, depois de uma rodadinha básica (tem um jogo de pés incrível), e pergunta: "Concordam?", "Não estou certo?". Ou será que ele, mesmo depois de 12 anos (!!!) ministrando aulas pra candidatos a motoristas, ainda não tem segurança do que fala?
Cheguei a uma conclusão óbvia: Sim, ele é gay. Uma espécie de gay profundo, algo que deve brotar de seu estômago. Alguém que, com certeza, vai me render alguns posts interessantes. Ou, no mínimo, algumas conversas engraçadas com meus amigos. Finalmente tenho uma nova vítima de quem falar mal.
"Dirigir é uma mera interpretação da realidade."
"Conhecimento nunca é demais."
"Nós somos um país consumista e um povo comodista."

Eis que surge uma incógnita: de qual livro de auto-ajuda-de-banca-de-jornal ele é adepto?