Hoje acordei atrasada e extremamente mal-humorada. Quando cheguei no escritório, abri minha caixa de e-mails e me deparei com uma mensagem muito carinhosa, que dizia que eu fico chata e putinha quando eu bebo (Nada surpreendente, vindo do Willian, que me diz sempre que eu sou esquisita, louca, chata, birrenta e que só encho o saco). Mas vendo isso, logo cedo, comecei a pensar que essa gentileza toda é regra geral no meu grupo de amigos. E comecei a pensar como convivo com pessoas doces e carinhosas, meigas e gentis no trato social, sempre dispostas a levantar a auto-estima daqueles que os cercam. E pensando um pouco mais, pude fazer um levantamento das coisas que mais ouço diariamente, e percebi que dentre todos os delicados que eu convivo, uma se destaca. A Marcela* (o nome foi trocado para preservar sua identidade). Dentre as coisas que ela diz que sào publicáveis, eia alguns exemplos das diárias mensagens de apoio que recebo :
1. Cala a boca, Thais
2. Você é uma lazarenta
3. Sua %^%#$%
4. Sua P.N.C.d.C.
5. Ai, mas é uma anta mesmo
6. Vai se foder!
7. Você tem problemas
8. Faça isso que eu te mato
9. Você está no fundo do poço MESMO (Marcela)
10. Ponha Belchior que eu te arrebento.
11. Como você é fresca!
Mas, na verdade, nenhuma dessas expressões me ofende, ou me preocupa, ou me deixa com medo. A maior violência que ela comete -sempre que pode - é uma frase aparentemente inofensiva, mas que tem o poder de destruir minha vida. Nào é uma pergunta, é uma ameaça, uma coaçào, enfim, uma violência extrema, quando ela diz:
- Você quer discutir sobre isso?
Moral da História: Nunca conviva com pessoas que conhecem o seu passado. Ainda mais se ele te compromete, e seus amigos não têm nenhum escrúpulo.