30.3.05

No ônibus

Um homem falava incansavelmente em todo o trajeto. Discursou sobre política, religião. Falou de Maria Madalena e do Código Da Vinci – são coisas do demônio, segundo ele. Falou da Bíblia e do código da Bíblia; sobre Hitler e a composição cerebral; falou de química, homeopatia, tratamentos médicos - e deu dicas de bons médicos. Criticou a tatuagem, dizendo que é a maior agressão que alguém pode fazer ao próprio corpo. "O corpo é assim, temos que deixá-lo do jeito nascemos."
Em quase uma hora (que deveria ter durado vinte minutos, se não fosse o trânsito) ele discorreu sobre os mais diversos assuntos. No final, pouco antes de descer, falou à sua ouvinte: "Vou te contar uma coisa, mas não ache estranho. Acabei de voltar de um tratamento de duas semanas para esquizofrenia. - (EU é que não estranhei) - Agora vou estudar física quântica."
E a mulher: "Cuidado pra não ficar mais louco do que já é."
"Pode deixar. Pelo menos não vou fazer tatuagem."
Acho que duas semanas foram pouco...

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