É engraçado como nós acabamos tendo uma visão idealizada das coisas quando as perdemos, das pessoas quando perdemos o contato, dos lugares quando saímos de perto, e sentimos saudades... Tá, EU tenho essa visão idealizada quando as coisas acontecem.

Os ex-namorados já não são tão cretinos (fácil, com eles bem longe). Os amigos já não são tão mal-humorados; os lugares, não tão poluídos, as ruas não tão sujas, as pessoas não tão fechadas, e o frio, não tão frio...

Nos quase 11 meses que morei em Brasília exercitei com maestria a idealização de Curitiba. As coisas lá são mais fáceis; as ruas, mais bonitas, e o clima, mais úmido e frio. E como eu adoro o frio! Por 11 meses eu amei o frio com toda a intensidade que se pode amar à distância. E por 11 meses vi todos os defeitos possíveis em Brasília, e também inventei alguns.

No avião, vindo embora, pensei: É, Brasília não é tão ruim... tem muitas árvores, o calor nem é tão insuportável, as pessoas são simpáticas...